Sobre os subterfúgios da vida real
- Bianca Módolo
- 7 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
Devido as observações e acompanhamentos dos fenômenos sociais, culturais e comportamentais que enredam o cotidiano, tem sido possível tecer algumas considerações. É perceptível a complexidade enfrentada pelo ser humano para se inserir efetivamente no mundo real.
A sociedade contemporânea, tem se disposto com bastante interesse em propor formatos de vivências onde a realidade se apresenta de maneira evasiva. Ou seja, oferta-se experiências alienantes e que se distanciam significativamente de um mundo possível, objetivando anestesiar as dores decorrentes “da vida como ela é”.
A frequência e intensidade de possibilidades de descolamento da realidade que a sociedade dispõe ao indivíduo, são semelhantes a um dilúvio. Haja vista as propostas de consumismo com garantias de felicidade, bem estar, saúde, realização, sucesso, entre outros valores adquiridos na verdade, através de formas diversas do recurso monetário.
No entanto, iludidos com a promessa de imediata satisfação, há a forte tendência de não se dar conta sobre a outra engrenagem na qual a vida de fato se dá.
Vive-se em cisão com a realidade, inseridos em uma lógica mercadológica, onde é possível não precisar se dar conta ou se haver com as faltas inerentes a existência. Mas sim motivados pela obtenção dos bens materiais que terão o poder de curar, aliviar e quase viver pelo indivíduo.
Chama a atenção, as referências de que se conseguir comprar a casa, o carro, a roupa, o sapato, o eletrodoméstico, entre outros pertences, então o dia a dia será mais fácil. Com isto, o distanciamento de si mesmo vai ficando cada vez mais contundente. Também pode-se considerar, o atual envolvimento entre as pessoas de maneira virtual, prometendo facilitar a aproximação entre elas, ao passo que talvez seja possível identificar o seu afastamento.
Em um movimento diverso, seria possível silenciar os fantasmas, escutar os pensamentos que surgem do próprio ser, localizando as possibilidades de encontros em si mesmo. Numa tentativa de subsidiar este breve texto, sugiro como forma de reflexão sobre este tema que parece necessitar de tanta discussão, que assista o vídeo acima.




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